Júri do caso Sevilha acontece nesta quarta-feira em Maringá

José Antônio Sevilha

Após mais de 17 anos do assassinato do auditor-fiscal da Receita Federal José Antônio Sevilha, os acusados irão à júri no Fórum da Justiça do Trabalho de Maringá nesta quarta-feira, 5.

Sevilha foi assassinado em uma emboscada na noite do dia 29 de setembro de 2005, com quatro tiros à queima roupa. A razão que culminou na execução de Sevilha teria sido o trabalho investigativo do auditor-fiscal que gerou autuações de cerca de R$ 100 milhões à uma importadora de brinquedos.

Em um inquérito policial instaurado poucos meses após a morte de José Antônio Sevilha, a polícia chegou ao nome do empresário Marcos Gottlieb como possível mandante do crime. O empresário era proprietário da empresa Gemini, importadora de brinquedos.

À época da atuação de Sevilha como auditor-fiscal da Receita Federal, foi constatado que a empresa de Gottlieb realizava a importação dos brinquedos que entravam no país pelo Porto de Paranaguá, usufruindo de benefícios fiscais e seguiam para as distribuidoras do grupo em Barueri, no estado de São Paulo. A movimentação trazia indícios de fraude e subfaturamento nas importações da empresa Gemini.

Mesmo com o inquérito feito pela Polícia Federal, que trazia não apenas o nome do suposto mandante, mas também de outras quatro pessoas possivelmente envolvidas no crime, não houve julgamento até agosto de 2019, 14 anos após o assassinato. Com diferentes alegações, a defesa conseguiu postergar a apreciação nessa e em outra oportunidade, em março de 2020. Agora, dia 05 de outubro de 2022, o júri está designado e o julgamento pode finalmente ocorrer, 17 anos após o crime.

A pedido do Ministério Público Federal, o juiz decretou em caráter preventivo a prisão de Fernando Ranea, um dos acusados pela morte de Sevilha, ante o risco de fuga. Marcos Gottlieb também foi preso preventivamente em maio de 2019, 14 anos após o assassinato. Porém, desde dezembro de 2020, os dois cumprem a pena em prisão domiciliar. Se condenados, eles podem ser punidos com até 30 anos de reclusão pelo crime de homicídio qualificado.

COMPARTILHAR